Deus é a luz na qual vejo.
Hoje continuamos a idéia para o dia de ontem acrescentando a ela outra dimensão. Não podes ver na escuridão e não podes fazer a luz. Podes fazer a escuridão, e então pensar que vês na escuridão, mas luz reflete vida, e é portanto, um aspecto da criação. Criação e escuridão não podem coexistir, mas luz e vida têm que ir juntas, pois são apenas diferentes aspectos da criação.
Para ver tens que reconhecer que a luz está dentro de ti e não do lado de fora. Tu não vês fora de ti mesmo e o equipamento para ver não está fora de ti. A luz que faz com que o ver seja possível, é uma parte essencial deste equipamento. Ela está sempre contigo, fazendo com que a visão seja possível em todas as circunstâncias.
Hoje, vamos tentar alcançar essa luz. Com esse propósito usaremos uma forma de exercício já sugerida anteriormente, que utilizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada e representa uma das metas principais do treinamento mental. Ela requer precisamente aquilo que falta a uma mente sem treino. Mas, se tu hás de ver, esse treinamento tem que ser realizado.
Faze pelo menos três períodos de prática hoje, com três a cinco minutos de duração em cada um. Mais tempo é altamente recomendável, mas só se achares que o tempo está passando com pouca ou nenhuma sensação de tensão. A forma de prática que usaremos hoje é a mais natural e a mais fácil no mundo para a mente treinada, do mesmo modo como parece ser a mais antinatural e a mais difícil para a mente sem treino.
Tua mente não é mais totalmente sem treino. Estás pronto para aprender a forma de exercício que usaremos hoje, mas podes achar que vais encontrar forte resistência. A razão é muito simples. Enquanto praticas deste modo, deixas para trás tudo em que acreditas agora e todos os pensamentos que tens inventado. Propriamente falando, essa é a liberação do inferno. No entanto, percebida através dos olhos do ego, é perda de identidade e uma descida ao inferno.
Se puderes deixar teu ego de lado por pouco que seja, não terás nenhuma dificuldade em reconhecer que sua oposição e seus medos são sem significado. Podes achar útil lembrar a ti mesmo, de vez em quando, que alcançar a luz é escapar da escuridão, seja o que for que possas acreditar ao contrário. Deus é a luz na qual vês. Estás tentando alcançá-Lo.
Começa o período de prática repetindo a idéia de hoje com os olhos abertos e fecha-os lentamente repetindo a idéia várias vezes mais. Em seguida tenta ir fundo em tua mente, soltando todos os tipos de interferência e intrusão, aprofundando-te em quietude e passando por eles. A tua mente não pode ser detida nisso a menos que escolhas detê-la. Ela está apenas seguindo seu curso natural. Tenta observar os pensamentos que passam por tua mente sem envolvimento e desliza por eles em quietude.
Embora não se recomende nenhuma abordagem em particular para essa forma de exercício, o que é necessário é um senso da importância do que estás fazendo, de seu valor inestimável para ti e uma consciência de que estás tentando algo muito santo. A salvação é tua realização mais feliz. É também a única que tem qualquer significado, porque é a única que tem absolutamente qualquer utilidade real para ti.
Se surgir resistência sob qualquer forma, faze uma pausa longa o suficiente para repetir a idéia de hoje, mantendo os olhos fechados a menos que estejas ciente de medo. Nesse caso é provável que aches mais tranquilizador abrir brevemente os olhos. Contudo tenta voltar aos exercícios com os olhos fechados assim que possível.
Se estás fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento e até mesmo um sentimento de estares te aproximando, se não de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz, sem forma e sem limites, ao passares pelos pensamentos desse mundo. E não te esqueças de que eles não podem prender-te ao mundo a menos que lhes dês o poder de fazer isso.
Repete a idéia frequentemente ao longo do dia com os olhos abertos ou fechados, como te parecer melhor no momento. Mas não esqueças. Acima de tudo está determinado a não esquecer hoje.
(Livro “Um Curso em Milagres”)
Comentários de Kenneth Wapnick:
“Apenas Deus é verdade; apenas Deus é luz. Tudo o mais é uma expressão da escuridão do ego. Escuridão representa o ego e seu sistema de pensamento de culpa, ódio e especialismo; enquanto a luz representa o sistema de pensamento do Espírito Santo, que afirma que a escuridão não tem efeitos sobre a realidade.
Quando Jesus diz Deus é a luz na qual eu vejo, ele não está falando sobre o que vemos com os olhos nus. A visão vem de um pensamento da mente certa e, portanto, não vemos a luz fora de nós. A visão é o resultado do nosso tomador de decisões unindo-se a Jesus ou ao Espírito Santo. Em outras palavras, Jesus está falando sobre a mente, não sobre o corpo. O Espírito Santo é um Pensamento da luz de Deus que trouxemos conosco para o sonho.
Jesus nos informa que o problema que vamos encontrar é nossa própria resistência, nascida do medo de perdermos os pensamentos que inventamos, os quais, a propósito, incluem nossos próprios seres! Essas lições constituem um ataque direto aos nossos egos, visto da perspectiva do ser individual desesperadamente tentando proteger sua separação defendendo sua defesa corporal contra as incursões à verdade na sua mente.
Ò maior medo que todos compartilham nesse mundo é a perda da individualidade ou identidade pessoal. Uma vez que acalentamos esse ser.
Se você deixar o ego de lado, automaticamente vai ficar ao lado de Jesus ou do Espírito Santo em sua mente certa. É um ou outro. O você que escolheu o Espírito Santo, novamente, é o tomador de decisões.
O ego é simplesmente um pensamento que tornamos real, com o qual nos identificamos. Em outras palavras, o ego é a parte das nossas mentes divididas que aprecia estar separada.
Se formos sinceros sobre querermos encontrar Deus e segurar a mão de Jesus e experimentar seu amor, precisamos liberar nossa identificação com a escuridão. A maneira de reforçarmos e expressarmos nosso amor por Jesus é olhando para nosso ódio. Mas o que isso significa? Uma vez que fomos nós que tornamos a escuridão real por escolhê-la, então, escapar dela significa que temos que mudar nossas mentes. Esse é o papel de Jesus: não nos ajudar a fazer o que é certo, mas nos ajudar a desfazer o que é errado. Isso assegura que nós automaticamente vamos fazer, pensar, dizer e sentir o que é certo. Isso é o escapar da escuridão, o desfazer do negativo, a negação da negação da verdade que constitui a jornada para a luz. Portanto, podemos dizer que esse não é um curso no positivo, mas em desfazer o negativo.
O sistema de pensamento do ego é a negação da verdade. Reconhecer isso pelo que é, nos permite dizer não para sua negação, dessa forma removendo o poder do ego conforme sua escuridão se dissolve na luz.
Observe sua mente. Quando você se sente culpado, quando você julga seus pensamentos ou ações, você os está tornando reais e se opondo a eles. Mas você precisa olhar para eles, o que não significa olhar e depois continuar com seus pensamentos e atitudes não amorosos. Significa olhar sem julgamento, percebendo exatamente o que você está fazendo. Isso iria motivá-lo a liberá-los, por que você iria ver a dor que escolher o ego está lhe causando. O processo de olhar para o ego com Jesus, portanto, inevitavelmente encerra entender o custo para nós quando escolhemos o ego ao invés dele, separação ao invés de unidade, ódio ao invés do perdão. Quando vemos claramente que a escolha pelo julgamento leva ao sofrimento e à dor – o não natural -, enquanto a escolha pela visão leva à paz e a alegria – o natural -, a motivação para escolher a cura é forte o suficiente para trazê-la.
Jesus fala da luz como um pensamento na Mente de Cristo, porque ela não tem forma. O reflexo da luz em nossas mentes certas é o perdão, que tem forma porque penso que eu sou uma pessoa que tem que perdoar você. Novamente, Jesus usa a palavra luz e pensamentos reais de forma intercambiável com mente certa e Mente de Cristo.”
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Para ouvir a “música-lição” em inglês, em celebração aos 50 anos do livro “A Course in Miracle” – 2015 Revival – by James Twyman – clique no link abaixo:
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