Lição 4: Esses pensamentos não significam nada.

lapis de cor

Esses pensamentos não significam nada.

 

Distintos dos anteriores, estes exercícios não começam com a idéia para o dia. Nestes períodos de prática, começa notando os pensamentos que estão cruzando a tua mente durante mais ou menos um minuto. Em seguida, aplica a idéia a eles. Se já estiveres ciente de pensamentos infelizes, usa-os como sujeitos para a idéia. Todavia, não seleciones apenas os pensamentos que pensas que são “maus”. Acharás, treinando-te a olhar para os teus pensamentos, que representam uma tal mistura que, de certa forma, nenhum deles pode ser chamado de “bom” ou “mau”. É por isso que não significam nada.

 

Ao selecionares os sujeitos para aplicação da idéia de hoje, a especificidade usual é requerida. Não tenhas medo de usar tanto os pensamentos “bons” quanto os “maus”. Nenhum deles representa os teus pensamentos reais que estão sendo cobertos por eles. Os “bons” são apenas sombras daquilo que está além, e sombras fazem com que seja difícil ver. Os “maus” são bloqueios para a vista, e fazem com que seja impossível ver. Não queres nenhum dos dois.

 

Esse é um dos exercícios principais e será repetido de vez em quando de forma um pouco diferente. O objetivo aqui é o de treinar-te nos primeiros passos em direção à meta de separar o que é sem significado daquilo que é significativo. É uma primeira tentativa no propósito de longo alcance de aprenderes a ver o sem significado como estando fora de ti e o significativo dentro de ti. Também é o começo do treinamento da tua mente para reconhecer o que é o mesmo e o que é diferente.

Ao usares os teus pensamentos para aplicação da idéia para o dia de hoje, identifica cada pensamento pela figura central ou evento que ele contém, por exemplo:

Esse pensamento sobre  ______ não significa nada. É como as coisas que vejo nesse quarto (nessa rua, e assim por diante).

Também podes usar a ideia para algum pensamento em particular que reconheças como danoso. Essa prática é útil, mas não é um substituto para os procedimentos mais casuais que devem ser seguidos para os exercícios. Contudo, não examines a tua mente por mais de um minuto aproximado. Ainda és por demais inexperiente para evitar uma tendência a preocupar-te de forma inútil.

Além disso, como estes exercícios são os primeiros deste tipo, podes achar a suspensão de julgamento em conexão com os pensamentos particularmente difícil. Não repitas estes exercícios mais de três ou quatro vezes durante o dia. Nós voltaremos a eles mais tarde.

 (Livro “Um Curso em Milagres)

 


Comentários de Kenneth Wapnick:

 

“Jesus está nos ajudando a perceber que não é apenas o que vemos que não tem significado, mas nossos pensamentos sobre o que vemos também não têm. Em lições posteriores, ele explica que nossos pensamentos não são diferentes do que percebemos. O interno e o externo são um e o mesmo.

Tanto nossa percepção quanto nossos pensamentos são variáveis. O que é variável não é imutável, por definição, e, se não é imutável, não pode ser de Deus. Qualquer coisa de Deus tem que compartilhar de Seus atributos. Se não o fizer, não pode ser Dele e então, tem que ser irreal ou ilusória. Portanto, se existe algo que muda, não pode ser do Imutável, e, portanto, não existe e precisa ser inerentemente sem significado, tendo se separado da única coisa que tem significado. Sendo variáveis, portanto, têm que ser do ego, que está sempre se modificando, devendo sua origem à mudança original da Unicidade Imutável.

Nossos pensamentos reais são de amor ou unicidade, que precisam ser não-específicos; a definição do Um Curso em Milagres para o termo abstrato. Esses pensamentos abstratos são encobertos pelo mundo de especificidade do ego. O que queremos é a verdade, não uma sombra ou uma obstrução.

Na melhor das hipóteses, nossos pensamentos da mente certa (o “bem”) são as correções para os da mente errada (os “maus”), mas, no final, sua especificidade também precisa desaparecer no Amor abstrato ou não-específico da nossa Fonte.

Qualquer coisa que percebamos do lado de fora e acreditemos ser real serve ao propósito do ego, que é nos manter pensando que o que é sem significado é verdadeiro. Tudo isso se torna uma cobertura para o que é verdadeiramente significativo. O Espírito Santo, no entanto, nos ensina a ver que o que está do lado de fora, no mundo, serve ao propósito de nos ensinar que não há mundo. Nisso está o seu significado. Os objetos não são significativos em si mesmos, mas o propósito do Espírito Santo supre seu significado. Tudo que é visto sem Ele é sem significado.

O ego nos faz valorizar o que está no mundo para que acreditemos na realidade do sistema de pensamento de separação que o mundo reflete. O Espírito Santo nos faz perceber o que está no mundo para que, em última instância, percebamos que não há mundo. Portanto, “o que é o mesmo” é tudo dentro do sistema de pensamento do ego, e tudo dentro do sistema de pensamento do Espírito Santo: culpa é culpa, não importando sua forma; amor é amor, não importando sua forma. Mas, esses dois sistemas diferem um do outro, porque o sistema de pensamento do ego nos enraíza ainda mais profundamente no inferno, enquanto o sistema do Espírito Santo nos leva para casa. Portanto, aprendemos a similaridade inerente a todos os nossos pensamentos dentro dos dois sistemas de pensamentos, e a diferença intrínseca entre os dois.

Jesus não quer que nos sintamos culpados porque não pudemos fazer os exercícios, mas ele realmente quer que você esteja ciente de que está tendo problemas em fazê-lo. Implícita nisso está a seguinte afirmação: “Estou tendo problemas em fazê-los porque não quero abrir mão da minha crença, não apenas de que os objetos em minha vida são significativos, assim como meus pensamentos, mas que eu sou significativo. Eu, como um ser especial e individual, sou significativo”. É por isso que essas lições são “particularmente difíceis”.”


 

Caso queira estudar a lição em áudio, clique no link abaixo:

 

Caso queira ouvir a “música-lição” em inglês, em celebração aos 50 anos do livro “A Course in Miracle” – 2015 Revival – by James Twyman – clique no link abaixo: