Eu não compreendo coisa alguma do que vejo,
nesse quarto
(nessa rua, nesse lugar)
Aplica essa idéia do mesmo modo que as anteriores, sem fazer qualquer tipo de distinção. O que quer que vejas vem a ser um sujeito apropriado para aplicar a idéia. Certifica-te de não questionar a adequação do que quer que seja para a aplicação da idéia. Estes não são exercícios de julgamento. Qualquer coisa é adequada, desde que a vejas. Algumas das coisas que vês podem ter um significado emocionalmente carregado para ti. Tenta colocar esses sentimentos de lado e, meramente, usa-as assim como usarias outra coisa qualquer.
O sentido dos exercícios é o de ajudar-te para que limpes a tua mente de todas as associações passadas para veres as coisas exatamente como aparecem para ti agora e para que reconheças quão pouco realmente compreendes a respeito delas. Portanto é essencial que mantenhas uma mente perfeitamente aberta e desembaraçada de julgamento ao selecionar as coisas às quais a idéia para o dia deve ser aplicada. Para esse propósito uma coisa é como qualquer outra, igualmente adequada e, portanto, igualmente útil.
(Livro “Um Curso em Milagres”)
Comentários Kenneth Wapnick:
“Nada nessa sala significa coisa alguma, porque eu dei a tudo o significado que tem. Portanto, uma vez que eu dei a isso seu significado, como poderia eu, um ser separado do significado, ter a possibilidade de compreendê-lo? Eu posso entendê-lo do ponto de vista do meu ego porque serve ao propósito de tornar o mundo e a minha experiência em relação a ele reais. Mas eu não posso verdadeiramente entender isso, porque o propósito do mundo, é me impedir de entender. A verdadeira compreensão me faria perceber o propósito que eu dei a tudo e a todos em minha vida. Novamente, essas primeiras lições têm como um de seus importantes objetivos nos tornar humildes, para que percebamos que não entendemos coisa alguma. É isso que está subjacente à importante (senão ultrajante!) afirmação de Jesus no texto: “Tu ainda estás convencido de que tua compreensão é uma contribuição poderosa à verdade, e a torna o que ela é” (T-18.IV.7:5).
Eu acho que entendo para que serve uma caneta ou uma xícara, no entanto, eu não entendo que seu propósito último é me manter enraizado na ilusão e fora do Céu. Meu ego me diria que a caneta serve para escrever, a xícara para beber, e as roupas para cobrir o corpo, mas eu não entendo o propósito subjacente do ego para esses e todos os outros aspectos do mundo material.
Inconscientemente, nós certamente questionamos a adequação de algumas coisas. Novamente, ninguém acredita que seu braço é menos importante do que uma maçã ou um botão. Nós acreditamos que existe uma diferença extremamente importante entre eles.
“Vemos” com nossos olhos, e nossos olhos, assim como todos os nossos órgãos sensórios, foram feitos especificamente para não verem. Em outras palavras, eles foram feitos pelo ego para olharem para fora da mente, enquanto a visão verdadeira é apenas dentro da mente. É essa irrealidade fundamental que une tudo nesse mundo.
O que é útil nessas lições – se você prestar atenção cuidadosa a elas – é que elas vão trazer à superfície todos os nossos valores ocultos e inconscientes.
Jesus está tentando nos ajudar a liberar o passado, pois, enquanto ele permanecer oculto da nossa consciência, não poderemos desfazê-lo. Ficando oculto, portanto, o passado continua a erguer sua cabeça dirigida pela culpa e carregada de julgamento de novo e de novo. A chave para esse desfazer está no princípio subjacente a esses exercícios: a similaridade inerente a todas as ilusões.”
Caso queira estudar a lição em áudio, clique no link abaixo:
Caso queira ouvir a “música-lição” em inglês, em celebração aos 50 anos do livro “A Course in Miracle” – 2015 Revival – by James Twyman – clique no link abaixo: